sábado, 26 de fevereiro de 2011

"O Sistema Numerico dos Sumérios"

A história da criação dos números é interessante, porque demonstra que o ser humano, desde tempos remotos, tem muita criatividade.
Para resolver seus problemas do dia-a-dia os homens foram capazes de inventar símbolos para representar as quantidades dos objetos e animais que possuíam.
Vários povos criaram seus símbolos para registrar e documentar seus pertences, tendo maior controle sobre as quantidades.
Vamos conhecer agora um pouco dos vários sistemas numéricos que nos conta a história.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"Arte Suméria"

"O Calendario dos Sumérios"

"Obeliscos Sumérios"

"Alfabeto dos Sumérios"

"O Ábaco dos Sumérios"

O ábaco dos sumérios
O primeiro ábaco consistia numa representação desenhada no chão, de vários sulcos paralelos nos quais eram colocadas pequenas pedras de acordo com a contagem efectuada pelo utilizador. Ainda na antiguidade, foi criado um utensílio constituído por uma moldura com bastões paralelos, dispostos no sentido vertical, que correspondem a uma posição digital como as unidades, dezenas, etc. Nesses bastões estão colocadas, de forma a poderem deslizar-se, pequenas pedras ou contas que são os elementos de contagem. Acredita-se que é originário da Mesopotâmia tendo mais de 5000 anos de existência e representa uma extensão do acto natural de se contar nos dedos. É ainda hoje utilizado, como um brinquedo pedagógico, pelas crianças.
Escavações arqueológicas revelaram a existência de ábacos Aztecas cerca de 900-1.000 d.C., em que as contas eram construídas com grãos de milho.
O ábaco chinês, do qual existe notícia de existência no século VIII a.C., era construído em madeira. Já os romanos, possuíam um ábaco de pequenas esferas de mármore que deslizavam em sulcos numa placa de bronze. Alguns termos da matemática derivaram do latim, como por exemplo a palavra cálculo, que foi formada a partir dos termos “Calx” que significa mármore, e de “Calculus” que era o nome dado a cada uma das esferas utilizadas no ábaco dos romanos.

'Mitologia Babilônica Enki'

Enki entre os Sumérios o deus do (Abzu) das águas doces (Dos rios e dos canais, e da chuva). A água (A para os sumérios) tinha um significado também relacionado com o conhecimento ou sabedoria. Por este motivo Enki era também conhecido como o deus do conhecimento e da sabedoria, portador dos segredos da vida e da morte.
Enki é o filho primogênito de Anu com uma concubina chamada Ninul e tinha por esposa oficial a sua meia irmã Damkina que depois foi nomeada Ninki que significa (Senhora da Terra) filha de Alalu onde este se tornou pai de Enki por matrimônio. Ninki teve filhos com Enki, onde se destacam Marduk (Deus Babilônico’ cultuado pelo rei Nabucodonosor), Ningishzidda e Nabu (o biblico Nebo, e também teve filhas com outra meia irmã chamada Ninmah).
A descendência genealógica de Enki narrada em tábuas de argila pelas antigas civilizações começa a se tornar desconhecida após a queda do antigo império Babilônico e o desaparecimento da civilização Suméria; existem paralelos em outras culturas e povos que surgiram posteriormente e que possivelmente continuaram a relatar os acontecimentos com Enki, renomeando o antigo Deus da Suméria. O Deus Egípcio Ptah é um grande exemplo deste paralelo, não somente na semelhança da doutrina como também na cronologia dos fatos e todos os registros arqueológicos, portanto não se pode descartar a possibilidade de haver uma genealogia em toda a cultura do Egito que esteja se referindo ao antigo Deus da Suméria Enki como Ptah.
O nome Enki significa Senhor da Terra (En significa Senhor, e Ki siginifica Terra em uma referência ao Planeta Terra).
Os seus símbolos iconográficos são o Peixe e a Serpente, o mítico Capricórnio (o qual se tornou um dos doze signos do Zodíaco e cuja ideologia teve a sua base na civilização Suméria).
EA é um príncipe destinado ao trono, mas é enviado à ki para salvar seu povo que sofria em uma grande calamidade que se agravava com o tempo, com Anzu e um grupo de 50 heróis, EA se aventura em uma Carruagem Celestial entre os Deuses Celestes atravessando o Bracelete Esculpido um de seus maiores desafios em sua missão, EA é nomeado Enki após sua chegada a Ki e inicia a elaboração de planos para extrair pedras e minerais das águas, com exclusividade do ouro, uma tábua de argila Suméria descreve as palavras de Enki ao chegar em Ki:
Quando eu me aproximei vi verdes pradarias. Ao meu comando foi dada a ordem para provar se havia água potável. Ao meu comando foi dada a ordem para provar se havia alimento apropriado. Ao meu comando foi dada a ordem para provar se os gases eram respiráveis.
Enki, após trabalhar duro na construção de Eridú que em Sumério significa Lar distante, passou a descansar no sétimo dia, um claro paralelo encontrado na bíblia, onde o sétimo dia de descanso do grupo de 50 heróis também deveria ser um dia de festejo e recordação de seus feitos em Ki.
Sem sucesso em sua empreitada e com uma calamidade se agravando para o povo, Anu envia Enlil, meio irmão de Enki, para Ki para inspecionar todo o trabalho e se tornar governante e comandante de ki e é a partir deste período que começam as discussões que posteriormente se tornariam terríveis guerras.
Dominou a fúria do Bracelete Esculpido e chegou em Ki, fundou Eridú e em conjunto com sua meia irmã Ninmah e seu filho Ningishzidda participou do momento da criação do homem usando do seu próprio sangue (ADN) na concepção.
Após um sonho em que um mensageiro chamado Galzu lhe anuncia o dilúvio e lhe mostra o projeto de uma Arca, Enki teve um filho chamado Ziuzudra ao qual escolheu para se salvar do dilúvio, lhe indicou que construísse uma grande Arca e que levasse consigo a Semente da vida de tudo o que existia; Ziusudra é facilmente reconhecido no biblico Noé – Genesis Capítulo 6.
Um dos simbolos de Enki também era a serpente devido a sua partição na criação de Adamu entrelaçando as duas essências, dos Deuses e dos homens, por este motivo existe há quem defenda que este Deus seria também a serpente do Éden por um ato deliberado cometido contra uma de suas próprias criações onde nasce Adapa. Segundo os Sumérios é a partir de Adapa e não de Adamu que nasce K-in e Aba-el que eram irmãos gêmeos o (Caim e Abel na bíblia).

"Imagens de lugares da Suméria"

"Lugar de Artes dos Sumérios"



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"Instituto de Nova York exibe lições de matemática sumeriana"

Muitos são exercícios de alunos que estavam em processo de aprendizagem para se tornarem escribas. Eles dominavam a matemática com base em textos escritos em sumeriano, uma língua que mesmo naquela época já estava morta havia muito tempo. Já os alunos falavam acadiano, uma língua semita que não tem relação com o sumeriano. Ambas tinham escrita cuneiforme, feita por objetos em formato de cunha.
A matemática suméria era um sistema sexagesimal, ou seja, se baseava no número 60. O sistema "é impressionante por sua originalidade e simplicidade", comentou o matemático Duncan J. Melville, da Saint Lawrence University (EUA), durante a abertura da exposição.
Uma tabuada de multiplicação de 59 x 59 pode não parecer simples e é, de fato, grande demais para ser memorizada. Então as tabuletas eram necessárias para serem consultadas em situações especiais. Mas os números cuneiformes são simples de escrever, pois cada um é uma combinação de apenas dois símbolos, de 1 e 10.
Não se conhece ao certo o motivo pelo qual os sumérios escolheram o número 60 como base para seu sistema numérico.
A ideia parece ter se desenvolvido a partir de um sistema anterior mais complexo, conhecido a partir do ano 3.200 a.C., no qual as posições de um número se alternavam entre 6 e 10 como bases.

West Semitic Research/Reprodução
Tablete que contém diagrama geométrico está exposto com outras raridades de cálculo matemático
Tablete que contém diagrama geométrico está exposto com outras raridades de cálculo matemático
TABULETAS FAMOSAS
O notável conhecimento matemático dos babilônios foi revelado pelo matemático austríaco Otto E. Neugebauer, que morreu em 1990. Desde então, estudiosos se dedicam à tarefa de entender como o conhecimento era usado. Os itens em exposição foram retirados das coleções arqueológicas das universidades de Columbia, Yale e Pensilvânia.
Eles incluem duas tabuletas famosas, conhecidas como YBC 7289 e Plimpton 322, que desempenharam um papel central na reconstrução da matemática babilônica.
A YBC 7289 é um pequeno disco de argila contendo um rabisco de um quadrado e suas diagonais. Ao lado de uma das diagonais está escrito 1,24,51,10 --um número sexagesimal que corresponde ao número decimal 1,41421296. Sim, a raiz quadrada de 2. Na verdade, é uma aproximação, muito boa por sinal, do valor real: 1,41421356.
Abaixo está sua recíproca, a resposta para o problema de calcular a diagonal de um quadrado cujos lados têm 0,5 unidade. Isso leva à questão de se os babilônios tinham descoberto o teorema de Pitágoras 1.300 anos antes dele.
Nenhuma tabuleta traz a conhecida equação algébrica, que diz que os quadrados dos dois lados menores de um triângulo retângulo são iguais ao quadrado da hipotenusa. Mas a Plimpton 322 contém colunas de números que parecem ter sido usadas no cálculo dos triplos de Pitágoras, conjuntos de números que correspondem aos lados e hipotenusas de um triângulo retângulo, como 3, 4 e 5.
Outras tabuletas trazem listas de problemas práticos, como calcular a largura de um canal, de acordo com informações sobre suas outras dimensões, o custo de escavá-lo e a remuneração diária de um trabalhador.
Em algumas tabuletas, as respostas são definidas sem nenhuma explicação, dando a impressão de que serviam para que o dono se mostrasse por aí, fazendo-o parecer um acadêmico.

"Antiguidade Oriental - Mesopotâmia Sumérios"

Na região entre os rios Eufrates e Tigre, atual Oriente, desenvolveram diversas culturas (IV milênio a.C.) e as principais foram a sumeriana, assíria e babilônica. Denominada pelos gregos de Mesopotâmia, essa região é considerada o berço das civilizações.
Foram os sumerianos que desenvolveram a escrita, a cuneiforme, em 3500 a.C.
Os homens usavam um saiote de pele com o pêlo do animal chamado kaunakés, caracterizado pelos tufos de lã na peça; com o torso nu e as mulheres vestiam eles mais longos e cobrindo o colo.
Com o tempo, foram sendo substituídos por uma espécie de túnica com mangas.
O tecido usado foi o algodão, produzido na região da Índia, além da lã e linho, e a seda da China.
A suntuosidade das roupas indicava a posição de prestígio.
Homens e mulheres usavam os cabelos longos e os cacheavam, inclusive os homens faziam também com a própria barba, além de já usarem brincos. Usavam também um gorro, chamado pelos gregos de barrete frígio e um tipo de bota de couro com o bico levantado, característica oriental.

"Sumérianos"

Os Sumerianos foram um povo asiático, um dos primeiros habitantes da Mesopotâmia, sua origem continua objeto de controvérsias. A opinião mais aceita faz os sumerianos procederem da Ásia central. O seu idioma, ainda mal conhecido, é do tipo aglutinante, incluído no grupo asiânico. Sua presença é atestada desde o 4º milênio, na Baixa Mesopotâmia, região a que chegaram gradualmente, em pequenas vagas migratórias. Três manifestações importantes assinalam a civilização sumeriana: o desenvolvimento da glíptica (arte de gravar em pedras preciosas), o desenvolvimento da escultura e o aparecimento da escrita.
Os sumerianos constituíram uma civilização original, tendo por base pequenas comunidades urbanas, governadas por assembléias presididas por anciãos. Posteriormente, essas assembléias foram paulatinamente perdendo importância e o poder passou a concentrar-se nas mãos de uma só pessoa, a qual os sumerianos chamavam de ensi, lugal, patesi. Qualquer que seja o significado dessas palavras, de modo geral elas procuram transmitir a idéia de poder aristocráticosacerdotal. O caráter teocrático da civilização sumeriana parece evidente, dada a importância dos templos, aos quais pertencia a maior parte das terras; no entanto, não eram os únicos possuidores da fortuna, perdendo para os palácios reais. e
A expansão sumeriana foi bruscamente contida no século XXIV a.C. pelas invasões de grupos semitas. O mais importante desses grupos foi o dos acadianos que assimilaram a cultura sumeriana, fundando um pequeno mas notável Estado, a chamada "monarquia de Agadê". A contribuição dos sumerianos foi sobretudo notável no domínio literário, consubstanciada em milhares de tabletes de argila com textos em cuneiforme abrangendo uma produção variada e atraente nos diversos planos culturais. Um de seus traços mais originais reside no anonimato de seus autores. Nenhum nome ali aparece, o mesmo acontecendo na produção artística. Um importante orientalista salienta que, na Suméria, o "artista é antes um artífice", sem nenhuma preocupação em perpetuar o seus nome na obra que produziu. A exemplo do ocorria na maioria das civilizações orientais da Antiguidade, a arte sumeriana é uma arte de encomenda, gratuita ou remunerada, e sem qualquer pretensão a inovar ou ser original.
Mais de 90% dos textos sumerianos representam matéria econômica: contratos, balanços financeiros, listas de objetos. Alguns registram matéria jurídica, na verdade um pequeno número de dispositivos e soluções para casos particulares e isolados. Desses documentos, o mais famoso - e provavelmente o mais antigo conhecido - é o Código de Ur-Namu (2050 a.C.). Os sumerianos construíram cultura própria e criativa. Suas obras literárias, artísticas e jurídicas constituíram, sob muitos aspectos, as bases de todas as formações sociais do Oriente Próximo antigo, em particular da Ásia central.

"Civilizaçao Sumeria"



Antes da chegada dos sumérios, a baixa Mesopotâmia fora ocupada por um povo não pertencente ao grupo semita, modernamente conhecido como ubaida, termo derivado da cidade de al-Ubaid, onde foram encontrados seus primeiros vestígios. Primeira força civilizatória presente na área, os ubaidas estabeleceram-se no território entre 4500 e 4000 a.C. Drenaram os pântanos para a agricultura, desenvolveram o comércio e estabeleceram indústrias, entre as quais manufaturas de couro, metal, cerâmica, alvenaria e tecelagem. Mais tarde, vários povos semitas infiltraram-se no território dos ubaidas e formaram uma grande civilização pré-suméria. O povo conhecido como sumério, cuja língua predominou no território, veio provavelmente da Anatólia e chegou à Mesopotâmia por volta de 3300 a.C. No terceiro milênio, haviam criado pelo menos 12 cidades-estados: Ur, Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Cada uma compreendia uma cidade murada, além das terras e povoados que a circundavam, e tinha divindade própria, cujo templo era a estrutura central da urbe. Com a crescente rivalidade entre as cidades, cada uma instituiu também um rei.
O primeiro rei a unir as diferentes cidades, por volta de 2800 a.C., foi o rei de Kish, Etana. Por muitos séculos, a liderança foi disputada por Lagash, Ur, Eridu e a própria Kish, o que enfraqueceu os sumérios e os tornou extremamente vulneráveis a invasores. Entre 2530 e 2450 a.C., a região foi dominada pelos elamitas procedentes do leste. Teve maiores conseqüências a invasão, pelo norte, dos acadianos, cujo rei Sargão de Acad integrou a Suméria a seu império. Sargão conseguiu ainda submeter os elamitas, antes de lançar-se à conquista das terras ocidentais, até a costa síria do Mediterrâneo. Criou assim um modelo unificado de governo que influenciou todas as civilizações posteriores do Oriente Médio. Sua dinastia governou aproximadamente entre 2350 e 2250 a.C. Após o declínio da dinastia acadiana, por volta do ano 2150 a.C. o território foi invadido e devastado pelos gútios, povo semibárbaro originário dos montes Zagros, a leste da Mesopotâmia. Graças à reação do rei de Uruk, que expulsou os invasores, as cidades ficaram novamente independentes.
O ponto alto dessa era final da civilização suméria foi o reinado da terceira dinastia de Ur, cujo primeiro rei, Ur-Nammu, publicou o mais antigo código legal encontrado na Mesopotâmia. Depois de 1900 a.C., quando os amorritas conquistaram todo o território mesopotâmico, os sumérios perderam sua identidade como povo, mas a cultura suméria foi assimilada pelos sucessores semitas. A escrita cuneiforme surgiu na Mesopotâmia, no terceiro milênio anterior à era cristã. Escrevia-se sobre tábulas de argila, com estiletes de bambu. Depois, a tábula era endurecida ao sol ou em fornos.
Graças a essa escrita, decifrada por lingüistas e arqueólogos, foi possível conhecer inúmeros aspectos da vida, religião e instituições da Suméria. Os sumérios possuíam uma rica literatura, que incluía poemas, epopéias, hinos, lamentações, provérbios etc. A criação poética mais notável foi o Gilgamesh, ao qual se somam os mitos de Tamuz e da deusa Nanai Ishtar de Uruk, do pastor Etana, do herói Adapa etc. Os templos e edifícios, em geral feitos de tijolos crus e cozidos, não se conservaram, pois os materiais empregados não resistiram ao passar dos séculos. Em compensação, além das tábulas, conservaram-se estelas e cilindros gravados, que eram utilizados como selos, além de esculturas em pedra. Os sumérios trabalhavam o bronze, o cobre, o ouro e a prata.

"Paralelos da Biblia com a literatura e Mitologia Suméria"


Mitologia Suméria

A literatura criada pelos Sumérios deixou uma profunda impressão nos hebreus, e um dos aspectos mais fascinantes de reconstruir mitos e poemas épicos mesopotâmicos consiste em traçar as semelhanças, oposições e paralelos entre as criações hebraicas e sumérias. Deve-se salientar que " os sumérios não poderiam ter influenciado diretamente os hebreus, pois haviam como povo deixado de existir muito antes dos povos hebreus começarem a existir. Mas há muito poucas dúvidas de que os sumérios influenciaram profundamente os cananeus, que precederam os hebreus na terra hoje conhecida como a Palestina" (Kramer, Samuel Noah, History begins at Sumer, Chicago University Press, 1981:142). Alguns dos mais explícitos paralelos são os seguintes:

A.- Tomemos, em primeiro lugar, o mito de Enki e Ninhursag. Enki, o deus das águas doces, da mágica e da sabedoria, encontra Ninhursag, a grande Deusa Mãe e por ela se apaixona em Dilmun, o paraíso dos sumérios. Daí temos o primeiro paralelo: a idéia de um paraíso divino, o jardim dos deuses, é de origem suméria, e era conhecido como Dilmun, a terra dos imortais, situada a sudoeste da Pérsia. Também é neste mesmo Dilmun onde os babilônicos, ou seja, o povo semítico que conquistou os sumérios, localizaram a sua terra dos imortais. Existem boas evidências de que o paraíso bíblico, que é descrito como um jardim situado ao Leste do Éden, seja idêntico a Dilmun, e um exemplo disso é que do paraíso bíblico fluem as águas dos quatro rios importantes para a Antigüidade Clássica, inclusive o Tigre e o Eufrates; 2) a irrigação de Dilmun feita por Enki e Utu, o deus Sol, para satisfazer a um pedido de Ninhursag, com águas vindas do fundo da terra tem paralelo bíblico, pois no Gênesis 2:6 está escrito que "mas eis que uma névoa subiu do interior da terra e lavou toda a face do solo".

Após Enki Ter irrigado as águas de Dilmun, ele e Ninhursag fazem amor, e por sucessivas vezes, Ninhursag dá à luz a deusas-meninas, filhas dela e de Enki, mas em tempo recorde (9 dias) e sem o menor trabalho ou dor. A Eva, da Bíblia, não teve a mesma sorte de Ninhursag, tendo sido amaldiçoada com "partos na dor e no sofrimento" (mais patriarcal do que isto, difícil!)! Estas três filhas de Enki e Ninhursag crescem também em tempo recorde (9 dias).

Mas voltando ao mito, quando Ninhursag sai de Dilmun (por motivo não tão claro no mito), Enki faz amor com as três deusas - donzelas, mas abandona-as logo, provavelmente pelas deusas - meninas serem apenas pálidos reflexos de Ninhursag, o grande amor do mais sensual e volúvel dos deuses. Ao voltar a Dilmun, Ninhursag tudo vê e entende, desta vez aconselhando a jovem deusa Uttu a não se deixar levar pelo deus mais velho e experiente. Mas Uttu não consegue resistir a Enki, arrependendo-se porém depois, e indo até Ninhursag. Ninhursag aconselha Uttu a recolher o sêmen de Enki de seu corpo e enterrá-lo na terra. Uttu assim o faz, e do lugar escolhido nascem oito tipos de plantas. Enki volta e... agora quer experimentar as plantas luxuriantes e desconhecidas que ele vê em Dilmun. Guloso, ele devora os frutos das oito plantas. Ninhursag então perde a paciência, e lança "o olho da morte" em Enki, que começa a adoecer (oito partes de seu corpo ficam doentes, mais e mais a cada dia). Teria sido Enki castigado por Ninhursag por Ter abusado de frutos desconhecidos? Ao contrário de Eva no mito de Adão e Eva, aqui Enki, um deus, é o guloso, e não uma mulher mortal.

Ninhursag volta quando Enki está muito mal, e ela o cura, fazendo nascer oito deusas das partes doentes do deus das águas doces.

O mais notável, porém, é que este mito fornece uma explicação para um dos motivos mais intrigantes do mito de Adão e Eva da Bíblia, ou seja, a famosa passagem descrevendo a criação de Eva a partir da costela de Adão. Vejamos o que o emérito sumerologista Samuel Noah Kramer tem a nos dizer sobre isto: " Por que uma costela, ao invés de qualquer outra parte do corpo para criar a mulher cujo nome Eva, de acordo com a Bíblia, significa " aquela que faz viver "? Se olharmos para o mito sumério, vemos que Enki adoece pela maldição de Ninhursag, e que uma das partes de seu corpo que começa a morrer é a costela. A palavra suméria para costela é "ti". Para curar cada um dos órgãos enfermos de Enki, Ninhursag dá à luz a oito deusas. A deusa criada para curar a costela de Enki é chamada de ‘Nin-ti", "a Senhora da costela" [ Nin, em sumério, quer dizer dama, senhora: Nota da autora]. Mas a palavra suméria "ti" também significa "fazer viver". O nome "Nin-ti" pode, portanto, significar "a senhora que faz viver", bem como "a senhora/dama da costela". Portanto, um trocadilho literário extremamente arcáico foi levado à Bíblia e lá perpetuado, mas sem o seu sentido original, pois em hebráico a palavra para costela e para " aquela que faz viver" não têm nada em comum. Além do mais, ao invés de Adão ter dado vida à Eva, é Ninhursag que dá sua essência de vida a Enki, que então renasce dela" (Kramer, 1981:143-144).

Entretanto, a maior parte dos paralelos da Mitologia Suméria com a Bíblia podem ser encontrados no Gênesis. Tal qual descrito no Gênesis, o mundo sumério é formado a partir do abismo das águas, e os céus e a terra são separados um do outro por uma estrutura sólida.

B.- Em A Árvore de Hulupu, temos uma predecessora da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Esta árvore especial é encontrada por Inana, que a leva e planta em seu jardim para seu povo. Mas logo se alojam nas raízes da Árvore de Hulupu um pássaro traiçoeiro e a deusa Lillith, a primeira esposa de Adão, a deusa independente e toda-em-uma, que na minha opinião representa o selvagem e inconquistável Poder do Feminino, tão temido por alguns.

C- Existem claros paralelos bíblicos na história do Dilúvio, que antecede os judeus em cerca de 1000 anos. . Na versão suméria, o piedoso Ziusuda é informado por Enki (sob artifício) que os deuses querem destruir a humanidade. Mas Enki/Ea instrui Ziusudra para que construa uma arca, e salvar a si e aos que ama. Pássaros também são mandados para procurar terra firme quando param as chuvas, etc.

D.- A Corte de Inana e Dumuzi e O Cântico dos Cãnticos -O Cântico dos Cânticos de Salomão para a Rainha de Sabá é, sem dúvida, a passagem mais romântica do Bíblia, um texto único, místico e sensual, totalmente diferente de todos os outros textos do Velho Testamento.

Entretanto, se olharmos para a Mesopotâmia, poderemos traçar a origem d"O Cântico dos Cânticos". Existem numerosos exemplos de textos mesopotâmicos cujo conteúdo é normalmente chamado pelos estudiosos de canções de amor ou poesia real cortês. Neles, em geral é a mulher que se aproxima do homem, para dizer-lhe que deseja que ele lhe dê prazer, e que confia na habilidade deste para ser seu amante e amado, e as personagens destes poemas serem divinas ou quase divinas. Estes textos pertencem à tradição suméria, uma vez que os grandes textos sumérios da tradição de Uruk foram retomados durante a Terceira Dinastia de Ur, para dar origem a um estilo literário cheio de palavras de sedução e conteúdo erótico-amoroso, amplamente centrado na relação amorosa do rei e alto sacerdote com a grande deusa do Amor e da Guerra, Inana/Ishtar, muitas vezes representada pela alta sacerdotisa e princesa/rainha como a representante viva de Inana/Ishtar na terra e consorte/esposa do rei. Os dois representam, respectivamente, a deusa que traz fertilidade ä terra, e o rei-sacerdote, ou o pastor sagrado e guardião da terra e do povo. A mais querida canção de amor da Antiga Mesopotâmica chama-se "A Corte de Inana e Dumuzi", onde o pastor-rei e sumo-sacerdote faz a corte à sua amada, escolhida e rainha, Inana, a grande deusa do Amor e da Guerra. "A Corte de Inana e Dumuzi" mostra também como era realizado o Rito do Casamento Sagrado, onde a cada ano, no início da primavera, no altar mais sagrado, o zigurate, o rei, o divino representante dos homens, e a alta sacerdotisa de Inana se encontravam para se amar, e fazer a terra florescer em todos os sentidos. E neste momento, eu gostaria de render as minhas homenagens aos escribas judeus, que retomaram este grande mito mesopotâmico, mas fizeram-no seu com o encontro de Salomão pela sábia, apaixonada, corajosa e toda-em-uma Rainha de Sabá. Sem dúvida, ela mesma uma valerosa vestimenta mortal de Inana, vinda da Etiópia.

Outra evidência histórica é que Ur, o grande centro literário da Mesopotâmia há cerca de 4.500 anos atrás, é a terra do grande patriarca judeu Abraão, que de lá saiu para fundar Israel. Portanto, os escribas judeus devem Ter tido conhecimento deste estilo literário tão difundido Por outro lado, Salomão, sendo também um sábio (semelhante a Adapa?) deve Ter conhecido as canções de amor mesopotâmicas. Um tributo aos escribas judeus e a Salomão pela maravilhosa canção de amor que escreveram, sem dúvida uma das mais lindas da história da humanidade. Que bom que eles aprenderam tão bem o lado mais apaixonado dos mesopotâmicos!

E.- A unção de Jesus Cristo pela Mulher com Vaso de Alabastro e a Sagração de Sacerdotes-Reis

O direito ao trono, que era um dom sancionado pelos deuses e deusas, e o rito de consagração de Dumuzi, o rei-pastor, por Inana, a deusa é descrito em pormenores na "Corte de Inana e Dumuzi". A unção de futuros reis que se sacrificavam pela comunidade pela Alta Sacerdotisa e Princesa Real ou Rainha fazia parte da tradição do Oriente Próximo, e como tal, devia ser do conhecimento dos primeiros cristãos. Provavelmente por este motivo é que os evangelistas Lucas, Mateus e João mencionaram a unção de Jesus pela dama do jarro de alabastro em seus evangelhos do Novo Testamento da Bíblia. Em Mateus (26:12-13), é com as seguintes palavras que Cristo reconhece o ato de ter sido ungido com o caro óleo da misteriosa dama do vaso de alabastro:

"Por isso, derramando ela este bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo como para me sepultar. Em verdade vos digo que em toda parte onde for pregado este Evangelho para todo o mundo, publicar-se-á também para sua memória o que ela fez." (Bíblia Sagrada, traduzida pelo Pe. Matos Soares, Ed. Paulinas, 1964).

Uma leitura aprofundada mostra-nos que tanto Jesus como aquela que o ungiu estavam conscientes do ritual de sagração de reis sagrados, o pastor real que pode ser levado ao sacrifício para o bem da terra e do povo, e é esta honra e responsabilidade que Jesus aceita, honrando também àquela que lhe confere tal distinção.

F- O relato mais antigo sobre o dilúvio é bem mais anterior do que o do Velho Testamento da Bíblia, e encontra-se no Épico de Gilgamesh (ver encontro de Gilgamesh com Utnapishtim em Sumério, que é Ziusudra em Babilônio e Assírio) e no mito de Athrasis (a ser incluido neste site)

Para terminar (existem muitos outros paralelos, mas desta vez vou ficando por aqui) temos Ezekiel 8:14, onde o profeta vê mulheres de Israel chorando por Tamuz (Dumuzi) durante uma seca.

"A escrita cuneiforme"

A escrita cuneiforme (3.500 a.n.E - 500 a.n.E

A escrita suméria, grafada em cuneiforme, é a mais antiga língua humana escrita conhecida. A sua invenção deve-se às necessidades de administração (cobrança de impostos, registo de cabeças de gado, medidas de cereal, etc.)

Escrita cuneiforme (alemão: Keilschrift) é a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de glifos em formato de cunha. É, juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo de escrita, tendo sido criado pelos Sumérios na antiga Mesopotâmia por volta de 3500 a.n.E.
Suméria
Inicialmente a escrita compunha-se de marcas simples, depois depictogramas, depois as formas tornaram-se mais simples e abstractas. Os primeiros documentos eram gravados em tabuletas de argila, em sequências verticais de escrita, e com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Em breve, tornou-se comum o uso de linhas. (grid system!)
Duas novidades tornaram o processo mais rápido e mais fácil: os escribas começaram a escrever em sequências horizontais (rodando os pictogramas no processo), e um novo estilete em cunha inclinada passou a ser usado para empurrar o barro, enquanto produzia sinais em forma de cunha.
Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escriba poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos.
As tabuletas cuneiformes podiam ser cozidas em fornos para prover um registro permanente. Muitas das tabuletas achadas por arqueólogos foram preservadas porque foram «cozidas» durante os ataques incendiários de exércitos inimigos, contra os edifícios no qual as tabuletas eram mantidas.
Cuneiforme
Inventada pelo sumérios para registrar a língua suméria, a escrita cuneiforme foi adoptada pelos Acadianos, Babilónicos, Elamitas, Hititas e Assírios — e adaptada para escrever em seus próprios idiomas; foi extensamente usada na Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil anos, apesar da natureza silábica do manuscrito (como foi estabelecido pelo Sumérios) não ser intuitiva aos falantes de idiomas semíticos.
A língua suméria
A língua suméria é uma língua isolada, que não está diretamente relacionada a nenhuma outra língua conhecida, apesar das várias tentativas equivocadas de provar ligações com outros idiomas.
A língua suméria é aglutinante, ou seja, os morfemas (as menores unidades com sentido da língua) se justapõem para formar palavras.
Os sumérios inventaram o sistema cuneiforme de escrita, que foi utilizada em toda a Mesopotâmia e por povos vizinhos.
sumerio
Os Acádios, após conquistarem a Suméria, adoptaram o sistema cuneiforme para materializar a própria língua.
A escrita cuneiforme começou como um sistema pictográfico, onde o objecto representado expressava uma idéia. Um barco marcado por determinados sinais, por exemplo, poderia significar que ele estava carregado ou vazio.
Com o tempo, os glifos cuneiformes passaram a ser escritos em tábuas de argila, nos quais os símbolos sumérios eram desenhados com um caniço afiado chamado estilete. As impressões deixadas pelo estilete tinham forma de cunha, razão pela qual sua escrita é designada cuneiforme.
Um corpo extremamente vasto (muitas centenas de milhares) de textos na língua suméria sobreviveu, sendo que a maioria está gravada nas tabuinhas de argila.

"Os primeiros povos,vida social e economica"


Os primeiros povos a se estabelecer na Mesopotâmia chegaram a essa região entre os anos de 4000 a.C. até mais ou menos 1900 a.C.Provavelmente,um desses primeiros povos foram os Sumérios,esse povo prosperou as margens do rios Tigre e Eufrates, desenvolveram uma agricultura irrigada e acumularam muitas riquezas,construíram cidades,diques,templos e outras construções.Os Sumérios possuíam cidades independentes umas das outras,que inclusive,entravam em conflito diversas vezes umas contra as outras o que enfraquecia o Império.Suas principais cidades eram:Uruk,Kish,Ur,Lagash, e Eridu.

Mapa da Suméria e suas principais cidades



A economia Suméria estava baseada principalmente na agricultura,o que levou os Sumérios a desenvolver diversas tecnologias para ajuda-los a produzir mais alimentos.Entre essas tecnologias estão os diques as barragens e um engenhoso sistema de canais,que ajudava na irrigação dos campos.Além de plantarem,os Sumérios tambem criavam diversos animais como bois,carneiros,burros patos e outros.Além disso também tinham uma atividade pesqueira intensa.
Mesmo sendo independentes umas das outras, as cidades Sumérias tinham muita coisa em comum,como por exemplo a organização social da vida.Cada cidade possuía um palácio onde moravam o rei e sua família,esse rei tinha poder sobre as terras,além disso o rei era considerado também  um intermediário entre os homens e os Deuses.Logo após o rei vinham os sacerdotes,que admistravam os templos e tinham muitas terras.Esses eram os dois principais poderes governantes da civilização Suméria,no entanto,exisitiam ainda outras classes como a aristocracia os camponeses e os escravos.Veja abaixo a divisão da sociedade Suméria.

PATESI(REI):Representava uma divindade,e era o chefe político e religioso da cidade.


Rei Sumério






CLERO:Eram os responsáveis pelos templos e suas propriedades,detinham um grande poder,tanto de terras quanto de influência.


Os sacerdotes exerciam grande influência na vida das pessoas






ARISTOCRACIA:Eram os nobres,tinham grandes propriedades,e exerciam o domínio sobre muitas pessoas.


Os nobres cuidavam dos interesses do estado,sempre o apoiando.



CLASSE DOS TRABALHADORES: Era a classe dos fazendeiros,barqueiros,criadores de gado,artesãos,comerciantes etc. Constituíam a maior parte da população das cidades.


Estandarte de Ur,mostrando o cotidiano dos moradores da cidade.






ESCRAVOS:Mesmo existindo em uma quantidade pequena se comparada ao tamanho da população,estavam presentes na vida das pessoas da época.

Placa de argila com escrita cuneiforme


Este povo destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação, barragens e diques. A armazenagem da água era de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Uma grande contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila com registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.
Os sumérios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
história da escrita Placa de argila com escrita cuneiforme

"Tudo sobre matematica dos Sumérios"

A evolução gráfica dos algarismos

    Os mais antigos algarismos conhecidos da história são representados através de marcas de baixo relevo que correspondem às diferentes classes de unidades consecutivas da numeração escrita suméria. Assim, a unidade era representada por um entalhe fino, a dezena por uma impressão circular de pequeno diâmetro, a sessentena por um entalhe grosso, o número 600 por um a combinação de dois algarismos precedentes, o número 3600 por uma grande impressão circular e o número 36.000 por essa última munida de uma pequena impressão circular.
    Essa sequência era obtida da seguinte forma:



1
10
60=10×6
600=(10×6)×10
3600=(10×6×10)×6
36000=(10×6×10×6)×10



    Cerca do século XXVII a. C., estes algarismos foram alterados, passando a estar dirigidos para a direita, em vez de estarem  dirigidos para baixo, conforme ilustra a figura:




1
10
60
600
3 600
36 000
 Forma dos algarismos sumérios arcaicos após uma rotação de 90º
    Com a evolução da escrita cuneiforme, estes algarismos voltaram ser a alterados, passando a ter formas diferentes: a unidade era representada por um pequeno prego vertical, a dezena por uma viga, a sessentena por um prego vertical de maior dimensão, o número 600 por um prego vertical do tipo precedente associada a uma viga, o 3600 por um polígono formado pela reunião de quatro pregos, o número 36000 por um polígono do tipo precedente, munido de uma viga e por fim o número 216000 combinando o polígono de 3600 com o prego da sessentena.




110606003 60036 00021 600
ALGARISMOS ARCAICOS (conhecidos desde 3 200 - 3 100 a. C.)DISPOSIÇÃO VERTICAL
DISPOSIÇÃO HORIZONTAL
ALGARISMOS CUNEIFORMES (conhecidos ao menos desde o século XVII a. C.)
Evolução gráfica dos algarismos de origem suméria.

O princípio da numeração escrita suméria
    Com os sistemas de representação de algarismos os sumérios conseguiam obter qualquer número, baseando-se no princípio aditivo e, repetindo as vezes necessárias em cada ordem de unidades um algarismo,  obtinha-se o número pretendido. É de notar a preocupação que existia em agrupar os algarismos idênticos com o objectivo de facilitar a sua rápida visualização e compreensão.



36 000 reproduzido 3 vezes=36 000 × 3=108 000
3 600 reproduzido 4 vezes=3 600 × 4=14 400
600 reproduzido 3 vezes=600 × 3=1 800
60 reproduzido 1 vez=60 × 1=60
10 reproduzido 3 vezes=10 × 3=30
1 reproduzido 6 vezes
=1 ×6=6





124296
 Representação do número 164571, com recurso aos algarismos arcaicos.




30860507180401240401120109
438117221281139
Representação do número 800, com recurso aos algarismos cuneiformes.

    De forma a simplificar e evitar as desmedidas repetições de sinais idênticos, os escribas de Sumer usaram frequentemente o método subtractivo, escrevendo, por exemplo, os números 9, 18, 38, 57, 2360, 3110, da seguinte forma:




10 - 120 - 240 - 260 - 3
9183857
2 400 - 403 120 - 10
23603 110
O sinal  ou  era precisamente o equivalente ao nosso "menos"
Representação de números recorrendo ao método subtractivo.

    Também no sentido da simplificação da escrita, os múltiplos de 36000 passaram a ser representados da seguinte forma (em vez de se usar a repetição continua dos símbolos):




72 000
108 000
144 000
180 000
216 000
 Representação simplificada de alguns múltiplos de 36000.




Como calculavam os sumérios 

    Bilhas, cones e esferas para calcular
        Para fazer cálculos os sumérios utilizavam objectos que, consoante a sua forma e tamanho, representavam as diferentes ordens de unidade do sistema sexagesimal:



1
  pequeno cone
10
  bilha
60
  grande cone
600
  grande cone perfurado
3600
  esfera
36000
  esfera perfurada
Objectos utilizados no cálculo.
       
            O processo operatório no qual se baseavam para realizar a divisão consistia, no final de cada etapa, em trocar os objectos pelos de ordem imediatamente inferior. Com efeito, consideremos o seguinte exemplo:
    Dividir 324000 por 7
    324000=9×36000
    Como se pretende a divisão por 7, repartiremos 9 esferas perfuradas por grupos de 7 (note-se que as esferas representam a maior unidade neste sistema):




grupo
Primeiro resto

   
    O número de grupos de 7 esferas perfuradas que resulta desta primeira divisão é igual a 1, ou seja, o quociente desta primeira divisão parcial é 1. No final desta primeira divisão restam 2 esferas perfuradas.
    Para se poder prosseguir a operação é necessário converter 2×36000 em múltiplos de 3600 (unidade imediatamente inferior a 36000). Deste modo 2×36000=2×10×3600=20×3600. Obtemos assim 20 esferas simples, que repartimos novamente por grupos de 7:




2 grupos

Segundo resto

  
    O número de grupos de 7 esferas simples que resulta da segunda divisão é igual a 2, ou seja, o quociente desta segunda divisão parcial é 2 e restam 6 esferas simples.
    Para prosseguir  a operação vamos converter 6×3600 em múltiplos de 600. Obtemos assim 36 grandes cones perfurados, que repartimos novamente por grupos de 7:





5 grupos




Terceiro resto

   
    O número de grupos de 7 grandes cones perfurados que resulta da terceira divisão é igual a 5 (quociente) e sobra 1 grande cone perfurado (resto).
    De seguida converteremos 1×600 em múltiplos de 60. Obtemos assim 10 grandes cones simples, que repartimos novamente por grupos de 7:




1 grupo
Quarto resto

   
    O número de grupos de 7 grandes cones simples que resulta da quarta divisão é igual a 1 (quociente) e sobram 3 grandes cones simples (resto).
    Depois de converter 3×60 em múltiplos de 10 obtemos 18 bilhas, que repartimos novamente por grupos de 7:





2 grupos


Quinto resto

    
    O número de grupos de 7 bilhas que resulta da quinta divisão é igual a 2 (quociente) restando 4 bilhas.
    Para terminar a operação resta-nos converter 4×10=40 por grupos de 7:





5 grupos





Sexto resto

    O número de grupos de 7 pequenos cones que resulta da quinta divisão é igual a 50 (quociente) e restam 5 pequenos cones.
    O quociente final obtém-se fazendo a adição dos quocientes obtidos nas várias divisões, com efeito:
        1×36000+2×3600+5×600+1×60+2×10+5×1=46285 (quociente da divisão de 324000 por 7)

    Das pedras ao ábaco

    Posteriormente foi adoptado um outro processo que consistia em organizar por colunas as contagens que se efectuavam, sendo a primeira (a da direita) associada às unidades, a seguinte às dezenas e assim sucessivamente.
Consideremos o seguinte o exemplo: Representação do número 3672



M
C
D
U



















    Mais tarde este método de cálculo deu origem ao ábaco de pedras.