terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"História dos Sumérios"

História

A origem e a história antiga dos sumérios ainda são pouco conhecidas. O primeiro povoamento civilizado terá sido em Eridu, trazido pelo Deus Enki ou pelo seu assessor ( a partir de Abgallu ou ab=água, gal=grande, lu=homem). Sabe-se que no final do período neolítico, os povos sumerianos, vindos do planalto do Irã, fixaram-se na Caldéia. No terceiro milênio, haviam criado pelo menos doze cidades-estados autônomas: Ur, Eridu, Lagash, Umma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Cada uma compreendia uma cidade murada, além das terras e povoados que a circundavam, e tinha divindade própria, cujo templo era a estrutura central da urbe. Com a crescente rivalidade entre as cidades, cada uma instituiu também um rei.
O primeiro rei a unir as diferentes cidades, por volta de 2800 a.C., foi o rei de Kish, Etana. Por muitos séculos, a liderança foi disputada por Lagash, Ur, Eridu e a própria Kish, o que enfraqueceu os sumérios e tornou-os extremamente vulneráveis a invasores. Entre 2530 e 2450 a.C., a região foi dominada pelos reis elamitas, que viviam no sudoeste do atual Irã. Após um período de domínio dos elamitas, os sumérios voltaram a gozar de independência. As cidades de Lagash, Umma, Eridu, Uruk e principalmente Ur tiveram seus momentos de glória. Pouco depois os acádios - grupos de nômades vindos do deserto da Síria - começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumérias, terminando por dominar as cidades-estados desta região por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos. Os ocupantes assimilaram a cultura dos vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenças entre si, como por exemplo - e mais evidentemente - no campo religioso.

Civilização acadiana

Mais tarde, por volta de 2369 a.C., Sargão, o Velho, patési da cidade de Ágade, unificou a maioria das cidades-templos. Apesar da unificação, as estruturas políticas da Suméria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos conquistadores acadianos. Sargão conseguiu ainda submeter os elamitas, antes de lançar-se à conquista das terras ocidentais, até a costa síria do Mediterrâneo. Criou assim um modelo unificado de governo que influenciou todas as civilizações posteriores do Oriente Médio. O grande rei acádio, guerreiro e conquistador, tornou-se conhecido como "soberano dos quatro cantos da terra". Sua dinastia governou aproximadamente entre 2350 e 2250 a.C.
O império criado por Sargão desmoronou após um século de existência, em conseqüência de revoltas internas e dos ataques dos guti, nômades semibárbaros originários dos montes Zagros, a leste da Mesopotâmia, no Alto do Tigre, que investiam contra as regiões urbanizadas, porque a sedentarização das populações do Oriente Médio lhes dificultava a caça e o pastoreio. Por volta de 2150 a.C., os guti conquistaram a civilização sumério-acadiana. Depois disso, a história da Mesopotâmia parecia se repetir. A unidade política dos sumério-acadianos era destruída pelos guti, que, por sua vez, eram vencidos por revoltas internas dos sumério-acadianos.

Os sumerianos


O Estado sumeriano de Lagash.
Os sumerianos estabeleceram-se ao norte do golfo Pérsico, na embocadura do Tigre e do Eufrates 4000 anos a.C.. Acredita-se que pertencessem a uma etnia vizinha da dos egípcios.
Por volta de 3200 a.C., já tinham uma escrita feita de desenhos ou pictogramas. Mais primitiva que a dos egípcios, esta escrita era traçada com uma ponta, em tábuas de argila que eram cozidas no forno. Mais tarde, os pictogramas foram substituídos por sinais que representavam não mais objetos, mas sons e sílabas. Como se assemelhavam a cunhas, esta escrita foi chamada cuneiforme.
As cidades sumerianas, das quais a principal tinha o nome de Ur, eram construídas sobre vastos terraços artificiais. Cada uma tinha, por chefe, um rei ou governador. Quando morria um deles, enterravam junto suas jóias, sua viúva e seus servidores. Os Sumerianos criaram uma arte vigorosa e realista. Usavam roupas tecidas, possuíam exército regular e utilizavam carros com rodas.
Do lado de fora das cidades-estados, ficavam os camponeses e os escravos, que cultivavam: pepinos, cebolas, legumes, trigo e criavam: bois, porcos e cabras.

Renascença sumeriana

Graças à reação do rei de Uruk, que expulsou os invasores depois de um século de domínio intermitente, as cidades ficaram novamente independentes (cerca de 2100 a.C.1950 a.C.). O ponto alto dessa era final da civilização suméria foi o reinado da terceira dinastia de Ur, cujo primeiro rei, Ur-Nammur, reunificou a região sob o controle dos sumérios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e publicou o mais antigo código legal encontrado na Mesopotâmia, uma compilação das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur não somente restabeleceram a soberania suméria, mas também conquistaram a Acádia. Nesse período, chamado de renascença sumeriana, essa civilização atingiu seu apogeu, mas esse foi o último ato de manifestação do poder político da Suméria.

Declínio

Uma vez que os estados locais cresceram em força bruta os sumérios começaram a perder sua hegemonia política sobre a maioria das partes da Mesopotâmia.
Atormentados pelos ataques de tribos elamitas e amoritas, o império ruiu. Nesta época, os sumérios desapareceram da história, mas a influência de sua cultura nas civilizações subseqüentes da Mesopotâmia teve longo alcance. Os amoritas fundaram a Babilônia. Os hurritas da Armênia estabeleceram o império de Mitanni na parte norte da Mesopotâmia por volta de 2000 a.C., enquanto os babilônios controlavam o sul. Ambos os grupos defendiam-se dos egípcios e dos hititas. Esses últimos derrotaram Mitani, mas foram expulsos pelos babilônios. Os cassitas, entretanto, venceram os babilônios em 1400 a.C.. Os cassitas foram depois vencidos pelos elamitas por volta de 1150 a.C..
Alguns historiadores também acreditam que um el niño colossal, acelerou o declínio dessa civilização. Se essa teoria (baseada em documentos arqueológicos em escrita cuneiforme) for verdade, uma enorme seca pode ter levado a uma das maiores ondas de fome da Antiguidade.

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